quarta-feira, 29 de abril de 2009

Todo mundo precisa



Motivação. Incentivo. Reconhecimento.
Todo mundo precisa...

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Reco'nize


Adorooo. No site tem vááárias ótemas. Se joga, vai.

Hotel 08

Quando acordei, ele não estava mais ao meu lado. Na cama, apenas um bilhete relembrando as delícias da noite passada, e reafirmando a vontade de um novo encontro. [perigo!]. E o nome assinado, Franco, personifica o mito e nomeia a lembrança. O chuveiro acaba por me despertar. Um banho demorado, pra colocar as idéias em ordem. [penso muito quando tomo banho]. O velho jeans e camiseta, um all star surrado. Câmera na bolsa. Os cigarros acabaram. [desespero]. Desço pra tomar café e preparar o roteiro do dia. No elevador, encontro o tal hóspede, que também descia para o café... O coração dispara. [como sou volúvel!]. Ainda não sei o quarto dele. Sentamos em mesas próximas. Por cima das páginas do jornal local, eu observo seus movimentos. E por ele sou observada. [misto de curiosidade e desejo]. O corpo dolorido reaviva o acontecido. [sua puta, já de olho em outro?]. Busco na bolsa meu caderno de anotações e uma caneta. Distraída por poucos minutos, mais uma vez o perco de vista... ele se foi e levou meus pensamentos. Na rua, pessoas andam apressadas. Trabalho. Colégio. Ginástica. Compras. Qualquer que seja a tarefa a ser realizada, o relógio é inimigo. Sem tempo para pensar, a multidão corre como formigas. Passos lentos destoam do normal. [normal?]. Ando calma, deixando que esbarrem em mim. Não me importo. O contato físico me revigora. Outro Café, outra avenida. [adoro as calçadas da vida!]. E a vida passa sem muito cobrar. Nas folhas brancas do caderno, a tinta azul começa a dar forma aos pensamentos desconexos. Solto a caneta que, com vontade própria, marca o papel com palavras que não ouso ler em voz alta. Em letras tortas, me vejo em cada linha. Como em um espelho, minha imagem refletida no conto, confunde e transtorna. Será que ao ler isso saberão separar escritora e mulher? [duas faces de uma mesma pessoa, afinal]. Pouco importa. Não tenho medo da exposição. Que tal curiosidade me traga boas risadas. [é isso o que eu quero?]. E é desta forma que as horas passam por mim. Cafés, cigarros, várias cocas light. Observação da vida que anda, corre, chora, sorri, sofre e ama. Cada rosto me traz uma percepção diferente do tempo, da vida e da morte. [e me sufoca, me transtorna, me transforma]. Perdida em questionamentos, esqueço o que vim buscar. Mas não quero confronto. [existe outra maneira?]. São angústias superficiais, tenha certeza. Sou livre, e assim me sinto. Sou feliz, colorida, cheia de vida. Todos sabem, está nos meus olhos, claro pra quem quiser ver. Mais, já disse, quero mais. Sinto que preciso mergulhar em mim, morrer afogada em devaneios, e renascer outra. Reinventar o ser, o estar... Tudo é transitório, afinal.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Hotel 07

Volto ao meu quarto. Mas não estou sozinha. Ele cruzou comigo no Café. Os olhos se encontraram. Faísca. O calor típico da excitação tomou conta de mim. [preciso conquistá-lo]. Paixão é meu combustível. Preciso amar pra viver. Mesmo que por duas horas, a necessidade de estar apaixonada é voraz. [ele é tão normal]. E mexeu comigo. Acho que foi seu cheiro, contra o vento, que me entorpeceu. Mas ele foi embora. Minutos depois volta com um sorriso nos lábios e uma revista nas mãos. Pergunta se pode se sentar. Pede dois cafés. Começamos a conversar como se nos conhecêssemos. [nos apresentamos antes?]. Fotógrafo. Sonhador. Tatuado. [perigo!]. Aos 40 anos já tinha visto o mundo. Cigano. Nunca parou em um único lugar. Nem nunca sentiu tal necessidade. Quando me tocou, no meio da conversa, senti um choque. [perigo!]. Éramos íntimos, então. A eminência de um ataque nos levou de volta ao hotel. Mal abri a porta, um furacão entrou. Roupas no chão. Corpos jogados na cama. Venda nos olhos e a experiência mais louca que já vivi. Seu toque suave arrepiou minha carne. [perigo!]. Ao me privar da visão, ele ampliou meus sentidos. Seus dedos percorrendo meu corpo ativavam áreas negligenciadas. Já que relutar não adiantaria, relaxei e me entreguei inteira. [perigo!]. Ele visitou cada centímetro de mim. Foi doce. Foi menino. Dos dedos, vieram as mãos. Mãos fortes e seguras, que sabem o que fazer. E me apertou. E me marcou. Sem pressa, investigou cada dobra, procurou cada linha do tempo na minha pele. E me incendiou. E me derreteu. Sua boca encontrou a minha. Sua língua me invadiu. E o beijo mais selvagem nasceu. Seus dentes marcaram meu pescoço. E meus ombros. E minhas costas. Ao retirar a venda dos meus olhos, ele se mostrou um homem perfeito. [perigo!]. E nos fundimos. Unimos corpo com mente para um único objetivo: saciar a ânsia. O momento perfeito. O movimento ritmado, tal como uma dança. Ele me guiava. Eu o seguia. Dentro de mim, ele encontrou o seu lugar. E se perdeu. E se achou. E gozamos juntos. Dormimos assim, nus, largados na cama, esperando um novo dia chegar.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Hotel 06

Pelo caminho descobri coisas lindas. Fragmento de histórias, verdadeiros pedaços de vida que, como em um quebra-cabeça, pouco sentido fazem quando avulsas, mas que guardam uma beleza estranha. Hoje sou meio colecionadora - coleciono fatos, causos, histórias. [bullshit, alguém diria]. Minha matéria prima é moldada aos poucos, palavra por palavra, transformada em outras linhas, recheada nas entrelinhas por sentidos figurados, recados diretos, duplos sentidos... Gosto disso. [adoro seduzir sem estar presente]. Sentada em um Café de rua, observo a vida e o passar do relógio com uma certa fome de contos. Quero escrever. [preciso escrever]. Assim me sinto viva e pulsante. Mas nem sei por onde começar. Pensei que o Hotel fosse me trazer a paz que precisava. Ledo engano. O fervilhar de idéias nunca foi tão intenso. [separar o joio do trigo]. Mas como? O café quente me traz de volta ao agora. [adoro café]. Acendo um cigarro. Um longo trago me tira o chão. Viajo. Volto à realidade com um gole de café forte e sem açúcar. Das ruas, levo para o hotel algumas coisas que vou precisar e idéias pra colocar no papel. [algo mais?]. Sempre tem algo mais – aos poucos. Agora não tenho pressa.

Hotel 05

Rodei por horas pela cidade. Observei pessoas. Meu maior passatempo. Indaguei meus passos, minhas escolhas, minha rota. Alinhei as vontades. [sensação de desconforto]. E agora estou adormecida, com as pernas cansadas, mas endorfinada o suficiente pra continuar por dias. Engraçado esse poderio químico do corpo humano, não? Por tempos usei drogas sintéticas por não saber como disparar a produção da minha “drogaria interna”. Ilusões. Hoje brinco com minha mente e sou capaz de induzir qualquer estado mental que desejar. Loucura? Talvez – nunca vi por este ângulo. Mas também não busco mais a felicidade em pílulas coloridas. A vida crua já me satisfaz. Sensações diversas despertas só pelo focar dos olhos – dor e êxtase. E assim sigo em frente. Dou as costas ao que não me serve mais. Não quero bagagem pesada a me atrasar o passo. Aliás, foi pra isso que cheguei ao hotel. Quis me despir e me re-conhecer. E que seja. Quero ser invadida pela vida. Quero todas as cores, e sabores, e humores, e cheiros. Quero sensações que nunca vivi. [sempre quis tudo]. E agora quero mais. Não vou me preocupar com pessoas dizendo isto ou aquilo pra mim. [que se danem!]. Sei que posso ir longe, embora não saiba ao certo aonde chegar. Ainda.

domingo, 26 de abril de 2009

Hotel 04

Ao abrir a porta do quarto, abro uma nova vida. As cores lomográficas, diria até lisérgicas, deste lugar ofuscam por segundos minhas retinas. [confusão] O calor típico da ansiedade. [frio na barriga] A sensação de novidade toma conta. Por onde anda aquela figura, hein? Será que vou esbarrar nele outra vez, por aí? Ou será que ele já se foi, como um caixeiro viajante, mudou de paragens? Que horas são? Pára de perguntar! [inquietação chata!] Vou descer e comer alguma coisa por aqui mesmo. Talvez até converse com alguém no bar do hotel. Preciso de gente, como preciso de ar. Coisa louca, né?! Só agora me dou conta que nem vi direito o meu quarto. Dou meia volta e observo com calma cada detalhe. Lugar amplo, um excelente cômodo, na verdade. A cama, king, no canto esquerdo, com duas mesas de cabeceira a sustentar abajures. Do lado direito, um jogo de sofás brancos cria um outro ambiente. E uma mesinha de centro, sobre um tapete espesso, completa o mobiliário. No corredor, um armário, um espelho enorme, e o banheiro. Um tanto impessoal, acho. Preciso trazer vida pra este lugar. Primeira tarefa do dia (ou noite, sei lá!) – personificar a minha estada. [acho que vou ficar por aqui um bom tempo]. Hora de sair. Vida, aqui vou eu.

sábado, 25 de abril de 2009

Hotel 03

Acordei com o barulho da noite e o burburinho dos outros hóspedes. Quem serão eles? Depois de dezenove horas, devo estar com a cara amassada denunciando as horas passadas na cama. Nem sei se chorei. Sonhei, é certo. Sonho bom, daqueles que dão tesão. Mas, ao mesmo tempo, tive pesadelos. Corredores longos, quase infinitos. Muitas portas. Todas fechadas. Foi um sonho quase profético. Essa é minha missão: abrir as portas, descobrir o que está por trás, e me conhecer... putz! Que viagem mais Santiago... eu só quero me despir, fazer o meu trabalho e parar de inventar personagens. Vou sair pra comer alguma coisa, dar umas voltas pelas redondezas. Quem sabe não consigo a inspiração pro meu primeiro texto. Sempre gostei das ruas, das luzes à noite. Agora pensei que deve ser uma loucura estar dentro da minha cabeça... por isso ando tão zonza. [fome] Estou com fome. E não é só de comida. Estou com fome de idéias novas, de rostos desconhecidos, de histórias a escrever. Pareço louca, não? Minha cabeça não pára. Não sei se você já percebeu, mas está dentro da minha mente. Neste turbilhão de pensamentos que não me abandona nunca. Agora preciso sair. [anda, se arruma] Mas o que usar nesta cidade estranha? [qualquer coisa, vai... sai logo daqui!] Jeans sempre vai bem. Novas idéias começam a surgir. Sabe onde isso vai dar? Tenho uma vaga noção...

Hotel 02

No meio do sono agitado, sonho com você. Queria dormir sem me lembrar de nada. Apenas desligar. Mas sonho. Estranho a cama que, mesmo sendo dura como gosto, não recebe meu corpo com aconchego. Mesmo assim sonho. Os lençóis de algodão esquentam minha nudez. Sempre gostei de dormir pelada... Pela primeira vez eu te vi. Foi ao entrar no hotel. Você estava na recepção, eu pegava as chaves. Achei engraçado o número do quarto: 69. Como minhas intenções não são as melhores, este quarto combina comigo. Ironia, não? É, eu acho irônico vir pra cá me descobrir puta e me apaixonar logo na entrada. Estou sonhando com você. Acho que sempre estive. E nem sei o seu nome. Não sei quem você é. Não sei quem eu sou. Muito menos se estamos disponíveis. Mas, enquanto isso, sonho com você. Pelo menos aqui eu não preciso de respostas. Estou sonhando.

Hotel 01

Eu vou dormir. Espero que respeitem a plaquinha de não perturbe na porta, porque estou exausta. Andei horas a procurar este hotel. Na verdade foram dias. Aliás, minha vida inteira. Fiquei sabendo deste hotel em sonho... acho que foi. Porque o passado me parece névoa, agora. Estou cansada. Queria começar uma vida nova, mudar a ID e tentar algo novo. Nada de codinomes. Nada de personagens. QUERO UM NOVO EU. Mas, pra falar a verdade, já me acostumei com essa velha cara no espelho, e – mesmo sem querer, não respondo pelo meu próprio nome. Há tempos criei uma máscara, um artifício pra ser outra. Só mamãe sabe quem sou. Eu mesma preciso me descobrir. É pra isso que vim pra cá. Cheguei nesta nova etapa. E o hotel é um marco. Sacanagens fazem parte, já aviso. Pretendo ser várias, até me achar. Se na vida me perco, no sexo me acho. Começo de tudo, não? Pois então, que seja. Mas agora, me entrego a Morpheu, pra só depois despertar neste quarto que ainda não vi... 69 é o número.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Tic, tac

O tempo é mesmo uma coisa engraçada, né?

Quando a gente quer que ele passe, o bendito se arrasta.

Mas se é para desacelerar e curtir cada minuto, o danado corre feito faísca.