segunda-feira, 27 de abril de 2009

Hotel 06

Pelo caminho descobri coisas lindas. Fragmento de histórias, verdadeiros pedaços de vida que, como em um quebra-cabeça, pouco sentido fazem quando avulsas, mas que guardam uma beleza estranha. Hoje sou meio colecionadora - coleciono fatos, causos, histórias. [bullshit, alguém diria]. Minha matéria prima é moldada aos poucos, palavra por palavra, transformada em outras linhas, recheada nas entrelinhas por sentidos figurados, recados diretos, duplos sentidos... Gosto disso. [adoro seduzir sem estar presente]. Sentada em um Café de rua, observo a vida e o passar do relógio com uma certa fome de contos. Quero escrever. [preciso escrever]. Assim me sinto viva e pulsante. Mas nem sei por onde começar. Pensei que o Hotel fosse me trazer a paz que precisava. Ledo engano. O fervilhar de idéias nunca foi tão intenso. [separar o joio do trigo]. Mas como? O café quente me traz de volta ao agora. [adoro café]. Acendo um cigarro. Um longo trago me tira o chão. Viajo. Volto à realidade com um gole de café forte e sem açúcar. Das ruas, levo para o hotel algumas coisas que vou precisar e idéias pra colocar no papel. [algo mais?]. Sempre tem algo mais – aos poucos. Agora não tenho pressa.