terça-feira, 28 de abril de 2009

Hotel 07

Volto ao meu quarto. Mas não estou sozinha. Ele cruzou comigo no Café. Os olhos se encontraram. Faísca. O calor típico da excitação tomou conta de mim. [preciso conquistá-lo]. Paixão é meu combustível. Preciso amar pra viver. Mesmo que por duas horas, a necessidade de estar apaixonada é voraz. [ele é tão normal]. E mexeu comigo. Acho que foi seu cheiro, contra o vento, que me entorpeceu. Mas ele foi embora. Minutos depois volta com um sorriso nos lábios e uma revista nas mãos. Pergunta se pode se sentar. Pede dois cafés. Começamos a conversar como se nos conhecêssemos. [nos apresentamos antes?]. Fotógrafo. Sonhador. Tatuado. [perigo!]. Aos 40 anos já tinha visto o mundo. Cigano. Nunca parou em um único lugar. Nem nunca sentiu tal necessidade. Quando me tocou, no meio da conversa, senti um choque. [perigo!]. Éramos íntimos, então. A eminência de um ataque nos levou de volta ao hotel. Mal abri a porta, um furacão entrou. Roupas no chão. Corpos jogados na cama. Venda nos olhos e a experiência mais louca que já vivi. Seu toque suave arrepiou minha carne. [perigo!]. Ao me privar da visão, ele ampliou meus sentidos. Seus dedos percorrendo meu corpo ativavam áreas negligenciadas. Já que relutar não adiantaria, relaxei e me entreguei inteira. [perigo!]. Ele visitou cada centímetro de mim. Foi doce. Foi menino. Dos dedos, vieram as mãos. Mãos fortes e seguras, que sabem o que fazer. E me apertou. E me marcou. Sem pressa, investigou cada dobra, procurou cada linha do tempo na minha pele. E me incendiou. E me derreteu. Sua boca encontrou a minha. Sua língua me invadiu. E o beijo mais selvagem nasceu. Seus dentes marcaram meu pescoço. E meus ombros. E minhas costas. Ao retirar a venda dos meus olhos, ele se mostrou um homem perfeito. [perigo!]. E nos fundimos. Unimos corpo com mente para um único objetivo: saciar a ânsia. O momento perfeito. O movimento ritmado, tal como uma dança. Ele me guiava. Eu o seguia. Dentro de mim, ele encontrou o seu lugar. E se perdeu. E se achou. E gozamos juntos. Dormimos assim, nus, largados na cama, esperando um novo dia chegar.