Ao abrir a porta do quarto, abro uma nova vida. As cores lomográficas, diria até lisérgicas, deste lugar ofuscam por segundos minhas retinas. [confusão] O calor típico da ansiedade. [frio na barriga] A sensação de novidade toma conta. Por onde anda aquela figura, hein? Será que vou esbarrar nele outra vez, por aí? Ou será que ele já se foi, como um caixeiro viajante, mudou de paragens? Que horas são? Pára de perguntar! [inquietação chata!] Vou descer e comer alguma coisa por aqui mesmo. Talvez até converse com alguém no bar do hotel. Preciso de gente, como preciso de ar. Coisa louca, né?! Só agora me dou conta que nem vi direito o meu quarto. Dou meia volta e observo com calma cada detalhe. Lugar amplo, um excelente cômodo, na verdade. A cama, king, no canto esquerdo, com duas mesas de cabeceira a sustentar abajures. Do lado direito, um jogo de sofás brancos cria um outro ambiente. E uma mesinha de centro, sobre um tapete espesso, completa o mobiliário. No corredor, um armário, um espelho enorme, e o banheiro. Um tanto impessoal, acho. Preciso trazer vida pra este lugar. Primeira tarefa do dia (ou noite, sei lá!) – personificar a minha estada. [acho que vou ficar por aqui um bom tempo]. Hora de sair. Vida, aqui vou eu.