quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Ebulição


Um touro, ao mais leve aceno da toalha vermelha, parte em fúria cega na direção do toureiro...

A impotência que sinto ao me ver perdendo o auto-controle é tanta que gera raiva, faz ferver o sangue e cegar a visão. Viro bicho. Perco a razão. E assim, sem voz, espumando, não tenho como rebater a fraca e incongruente argumentação. Os pensamentos ficam enevoados, distantes, desconexos. A voz aumenta vários tons, instintivamente – como se pudesse ganhar no grito.

Quando tudo passa – porque tudo passa, vem o arrependimento. Não por ter comprado a briga, mas por ter sido fraca e imatura para arcar com as conseqüências. Este é um erro que já cometi n vezes. [Erro não, burrice. Errar tantas vezes assim, não é possível...]


Imaturidade minha.

Isso tá ficando chato.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

à deriva...


Você pode achar que uso metáforas pra falar de um estado d'alma. Em outros tempos, esta seria até uma verdade. Mas, hoje falo LITERALMENTE: preciso de uma âncora!

Estou tão tonta, enjoada, mal-humorada.
Até parece que estou em alto mar...

Não sei se virose, fígado ou labirintite.
O fato é que estou zonza-zonza-zonza.

Alguém! Pare o mundo que eu quero descer!!!

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Um certo perfume no ar


Tem um tempo, mas me lembro como se fosse ontem. Eu já estava acordando, naquele estado de sonolência, cheia de preguiça, num sábado com gosto de domingo. Eu nada lembrava do sonho, apenas daquele aviso sussurrado sei lá por quem: não se esqueça, seu perfume é bergamota. E a voz repete pausadamente: Ber-ga-mo-ta. Acordei de vez. O aviso ficou lá, ecoando na mente, engraçado e profético. De onde tirei o tal perfume de bergamota? Mesmo porque eu não me deparo com bergamotas por onde passo... eu nem sei o que é bergamota!

Ainda meio entorpecida, como se ainda sonhasse, pego o Caderno Ela pra ler durante o café da manhã. BERGAMOTA. Tenho certeza de que li bergamota no meio de um texto qualquer naquele jornal. E lá estava ela, a tal bergamota, nota de saída, a cabeça do novo perfume Chanel.

Hoje, vindo pra agência, vejo na banca uma revista sobre perfumes. Uma das minhas paixões. Confesso que meu fraco é um cheirinho floral, levemente cítrico, mas com uma nota de fundo marcante, densa. Gosto de deixar um leve rastro. Algo muito sutil, que marca presença, sem nada impor...

A revista, uma edição especial da L’Officiel, é um guia completo com história, classificação, ingredientes e análise de 409 fragrâncias, organizadas por famílias olfativas. Nem preciso dizer que amei minha aquisição. Aí descubro um montão de perfumes que têm a bergamota como nota de saída. Aliás, fiquei sabendo o que é uma nota de saída!

Há quem prefira o cheiro da pele saída do banho. Eu sei. Em dias de verão, esse pode ser um afrodisíaco irresistível. Muitas vezes não uso perfume. Só o cheirinho de sabonete glicerinado, daqueles de bebê, sem fragrância alguma. Mas, um perfume diz muito sobre a nossa personalidade. Pra mim, é um acessório, um detalhe que completa a produção. E, assim, nada mais justo do que ter perfumes pra cada dia, humor, estilo.

Os meus, quase todos têm bergamota. Não pelo aviso, mas porque descobri ser esta a minha preferência.

Acqua Fresca, O Boticário. 1977.
Notas de saída: bergamota, limão siciliano e agulhas de pinho
Notas de coração: flor de laranjeira, jasmim, lavanda, alecrim
Notas de fundo: musgo de carvalho, cedro, almíscar, patchuli
Indicada para mulheres dinâmicas, extrovertidas e que agem com otmismo e afirmação.

Angel, Thierry Mugler. 1992.
Nota de saída: bergamota
Notas de coração: amora, mel e frutas vermelhas
Notas de fundo: patchuli, cumarina, baunilha, caramelo e chocolate
Pioneiro nas fragrâncias gourmand, aquelas que dão água na boca. É marcante e sedutora.

Gucci Rush, Gucci. 1999. (acho que o único que não tem bergamota!)
Notas de saída: frésia, gardência, cardamomo
Notas de coração: jasmim, rosa e pêssego
Notas de fundo: patchuli, vetiver, musk e baunilha
Superencorpada, expressa a atração irresistível impulsiva por outra pessoa, como o amor à primeira vista, intenso e físico.

212, Carolina Herrera.1997.
Notas de saída: bergamota, flor de laranjeira, mandarim
Notas de coração: camélia, gardênia e lírio
Notas de fundo: musk transparente
Para a mulher moderna e ativa, pronta pra qualquer situação.

Empório Armani Lei, Empório Armani. 1998.
Notas de saída: bergamota, cardamomo, angélica, mandarina
Notas de coração: heliotrópio, jasmim
Notas de fundo: baunilha, cedro, musk, sândalo
Com personalidade, sensual, marcante e femino.

Nesta lista faltam alguns prediletos, mas estes eu não conto.
A surpresa também faz parte do meu show...

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

O que é um QR code, afinal?

Gentem, me empolguei-me e esqueci de dizer que raios é um QR Code!

Adeus a chatice do código de barras

QR code é o novo código de barras bi-dimensional lançado pelos japoneses lá no ano de 1994. (!!!)
"QR" significa "Quick Response", isto é, resposta rápida.

Então por que esse código de barras é melhor que o código de barras que vem no boleto bancário?

Um código de barras tradicional armazena até 20 números (e somente números). Este modelo armazena ate 7089 números ou 4296 alfanuméricos (letras ou números). Incluindo endereços completos, informações sobre o produto no estoque e etc. O tamanho dele impresso é um décimo do tamanho do código de barras. E também existe uma versão "micro" que tem uma largura e altura menor que esta, porém cabe menos informação, ideal para ser usada em objetos menores.Para ler o código de barras a imagem deve estar posicionada sempre na posição correta, isto é, com o código começando na esquerda para a direita. No "QR Code", o código pode estar rotacionado para qualquer lado, isto é, de cabeça para baixo ou virado 90 graus. Existem outros tipos de códigos de barra com duas dimensões, mas, entre todos, esse é o que permite a maior quantidade de informação. Como todo código de barra, para funcionar ele precisa de uma impressora, um programa de computador para ser gerado e um leitor (também chamado de scanner) para recuperar as informações.

Agora vem o pulo do gato:

O leitor é um programa que pode ser instalado em um celular com câmera, em uma web cam ligada ao pc, pocket pc ou palm com câmera e no leitor específico de "QR Code". Então, aquela tarefa tediosa de copiar dados de uma revista, propaganda na rua ou cartão de visita de outras pessoas para dentro do seu celular acaba de ficar mais fácil.

As possibilidades são inúmeras, então vou fechar com um exemplo de comida: O MC Donalds do Japão esta imprimindo na embalagem a informação nutricional do produto. Você é uma pessoa que está sempre de dieta: puxa o seu celular e bate uma foto do "QR Code". Em seu celular tem um aplicativo que controla suas calorias diárias. Tudo armazenado, nada digitado e o acompanhamento da sua dieta foi registrado.

* a matéria saiu em O Globo e tá tão explicadinha que copiei. Clique pra ver a original. *

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Admirável Mundo Novo


Esta imagem acima, caros dois leitores, é de um QR Code.
Estou de boca aberta. Quase babando.
E a cabeça anda a mil por hora...

Eu já tenho o meu!

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

A brincadeira da hora

Sou aficcionada em novidades.
Mas, não sou tão antenada quanto gostaria...

Comentava hoje, lá na agência, a dificuldade que tenho em arrumar tempo pra estar em dia com todos os gadgets virtuais, ou não, que encontro por aí. Absorver conhecimento é comigo mesmo - sou quase uma esponja. Reter o que aprendi também não é tão complicado - muitas vezes abro a boca e, como se fosse a Rádio Relógio, lanço drops de informações você-sabia pra quem quer que seja. [meu atual problema é o tempo. Mas, ainda dou um jeito de colocar o Senhor Cronos no seu devido lugar].

Isto posto, digo - ganhei mais um passatempo: mEgo!
E ego é o que não falta...

É só conferir aí ao lado. Clique e descubra um pouco mais sobre esta que vos escreve!

Ah! Em tempo: se alguém tiver uma novidadezinha interessante pra compartilhar, pode mandar. Eu agradeço! ;o)

O umbigo do mundo


Nunca me senti confortável com a teoria dos “papéis” representados vida a fora. Porque, pra mim, representar um papel é arte da fraude consentida. É o engano pensado e construído. Daí eu não gostar quando falam dos diversos papéis que representamos: filha, esposa, empregada, patroa, mãe, irmã, amiga, amante, e muitos outros... Não que eu seja contra a dramaturgia. Até me saio muito bem nas caras e bocas.

Vocês que me desculpem, mas troquei o nome: ao invés de papéis, falo de mundos paralelos. Gosto mais desta idéia. Deixe-me explicá-la.

Quando estou na agência (eu trabalho com marketing direto), meu mundo tem uma vibração interessante e diferente de qualquer outro. Temos um jeito diferente de falar, quase um dialeto. O pensamento tem ritmo próprio, hiperlinkado mesmo – pelo menos o meu. As horas voam e o tempo passado é o mais usado: tudo é pra ontem.

Já quando estou com o João, meu príncipe-herdeiro, ou com minha deliciosa família Adams, quase não precisamos de palavras – o olhar fala mais alto. Não que a gente fique mudo... mas não é preciso. Se falamos, usamos mais as sensações. Há mais calor neste mundo. Mais aconchego. Mais tolerância aos erros. Aqui o tempo é mágico: as horas correm em determinados dias. Em outros, ela se arrasta vagarosamente, amorosamente, deliciosamente.

Entre as amigas da Terça-Santa, meu mundo é outro. É agitado, de um jeito muito peculiar. Tem Genésio, o garçom-parede que nada ouve, ou se escuta, faz cara de não-tô-nem-aí. Este meu mundo é frenético, ávido por diversão, riso e gaiatice.

Estes mundos paralelos coabitam o mesmo universo, onde a linha do tempo está entrelaçada. E em comum, todos têm a mim. Eu sou o umbigo do mundo. Dos meus mundos.

[no fundo, dá no mesmo: papéis ou mundos paralelos, quem se importa? Eu tenho um segredo pra revelar: meus mundos paralelos vão se multiplicar em breve. Ou, se você assim prefere, uma nova peça entrará em cartaz].


* A foto veio daqui: clique. *

Burrice de outro mundo

Minha diversão, ultimamente, é pesquisar tendências. O que sei é que não tenho tempo hábil para administrar tantas coisas ao mesmo tempo. E com essa minha inaptidão totalmente humana, vejo que a burrice é coisa de outro mundo.

Enjoy it.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Ritual


A receita parecia insólita demais pra ser verdadeira.

Ingredients:

  • Soundproof scalp
  • Willpower
  • Patiente
  • Tolerance
  • Empathy

Method: on a cool flame, sift the patiente and tolerance
and leave to simmer for ten seconds.

Mas, depois de ler e reler com atenção, aquilo começou a fazer sentido. Até o clique. Pronto: tudo entrou no seu devido lugar. Entendimento perfeito e cristalino. A alquimia, apesar de estranha, funcionaria perfeitamente.

Estava decidida a colocar em prática tão dantesca fórmula. Afinal, ela sempre foi conhecida por experimentar o inimaginável, a ir além, a fazer diferente de todos. E se era preciso abrir a cabeça pra ter mais paciência e tolerância com o semelhante, que assim fosse.

Não seria mais aquela mulher cabeça-dura.

Uma nova Era se iniciaria, então.

* a imagem veio daqui. *

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Hipnótica


Ela era Hipnótica.
Olhar preso ao dela
e lá me perdia em pensamentos.

Ela ditava o caminho
palavra por palavra
dizia, num sussurro, aonde ir.
Se direita ou esquerda,
morro acima,
ladeira abaixo.

E ela sabia do seu poder
e o fazia com maestria
e eu, rendido, entregue
apenas me deixava guiar.

Hipnótica criatura que passa
e arrebata meus sentidos...
Se você soubesse o que é o amor,
não me traria preso, mas liberto
para que pudéssemos, então
juntos, caminhar lado a lado.

Descobri uma galeria deliciosa... vai lá ver. Esta arte é daqui: clique.

Em priscas eras...


[Ainda traduzindo aquela tal pesquisa...]

A memória anda fraca. É fato:

  • esqueço coisas banais;
  • não lembro das mais importantes;
  • ignoro a agenda por puro esquecimento.
Enquanto isso, tento deixar rastro pra não me perder no tempo.
Logo eu, com minha vaga lembrança, não suporto a idéia de ser esquecível.

A imagem eu vi aqui... Clique.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Down with love

Calma. Esta não é mais uma causa que abraço. [Todo agouro pra cima de outro couro!]
A minha curiosidade me leva a tantos lugares, me faz descobrir tantas coisas interessantes... pra não abrir muito o foco [!] tenho como pano-de-fundo o comportamento humano. Generalizei? Nem tanto... sou curiosa pacas!

Intervalinho de revistas, a espera de um tal case-cliente pra escrever, resolvi traduzir uma pesquisa gringa muito interessante. Talvez sirva de base pra um livro, workshop, palestras pelo mundo afora...

Mas, entre algumas expressões que eu nunca ouvir falar [sou bem fraquinha na língua de Shakespeare], a lembrança de um certo filme desceu sobre a mulherada da agência. [Sim, aqui na agência somos maioria absoluta!].
O filme é médio. Gostei do visual retrô, me diverti com a ingênua malícia dos anos 60. E só.

Tá explicado o Down with love.


Barbara Novak [Renée Zellweger] é uma escritora feminista que, em plenos anos 60, escreve um best-seller chamado "Abaixo o Amor", no qual aconselha mulheres desiludidas com a vida amorosa a manterem apenas relacionamentos casuais, focando mais a conquista do sucesso profissional e sua própria independência. O tremendo sucesso do livro faz com que Catcher Block [Ewan MacGregor], um repórter mulherengo e sedutor, decida se envolver com Barbara apenas para preparar um artigo e mostrar ao mundo que ela nada mais é do que uma fraude.

Depois eu escrevo sobre a tal pesquisa...