segunda-feira, 27 de abril de 2009

Hotel 05

Rodei por horas pela cidade. Observei pessoas. Meu maior passatempo. Indaguei meus passos, minhas escolhas, minha rota. Alinhei as vontades. [sensação de desconforto]. E agora estou adormecida, com as pernas cansadas, mas endorfinada o suficiente pra continuar por dias. Engraçado esse poderio químico do corpo humano, não? Por tempos usei drogas sintéticas por não saber como disparar a produção da minha “drogaria interna”. Ilusões. Hoje brinco com minha mente e sou capaz de induzir qualquer estado mental que desejar. Loucura? Talvez – nunca vi por este ângulo. Mas também não busco mais a felicidade em pílulas coloridas. A vida crua já me satisfaz. Sensações diversas despertas só pelo focar dos olhos – dor e êxtase. E assim sigo em frente. Dou as costas ao que não me serve mais. Não quero bagagem pesada a me atrasar o passo. Aliás, foi pra isso que cheguei ao hotel. Quis me despir e me re-conhecer. E que seja. Quero ser invadida pela vida. Quero todas as cores, e sabores, e humores, e cheiros. Quero sensações que nunca vivi. [sempre quis tudo]. E agora quero mais. Não vou me preocupar com pessoas dizendo isto ou aquilo pra mim. [que se danem!]. Sei que posso ir longe, embora não saiba ao certo aonde chegar. Ainda.