Dezembro está aí, batendo a nossa porta. Fim de ano traz uma sensação de revisão. Pelo menos pra mim. Tenho a necessidade de rever, limpar e renovar conceitos, roupas no armário, livros na estante, papéis do bagunçado arquivo que mantenho... até amizades.
Em dezembro eu faço um balanço da vida. Passo os olhos em tudo o que aconteceu, repenso os erros, pra extrair o máximo de aprendizado da coisa. [Persistir no erro é algo que não posso mais fazer]. Dezembro também é tempo de planejar novas metas. É essa vocação de fechar o ciclo que o mês de dezembro tem, sabe? Então...
Eu quero cultivar aquele olhar curioso de quando era criança!
E tenho toda inspiração de que preciso logo ali, pertinho, na minha casa... João é uma fonte viva que me faz renascer todos os dias.
Tá na hora de fazer a listinha das metas,
o meu To Do List pra 2008:
Quero cuidar mais de mim - da saúde, do coração, do psicológico.
Quero estar mais forte e segura. E mais magra.
Quero passar mais tempo com o meu filhote.
Quero mais horas de "qualidade" com a minha família.
Quero cuidar da minha casa. Construir o meu lar, doce lar.
Quero uma grande paixão pra sacudir o ano.
Quero estar mais próxima dos amigos.
Quero ser mais amiga dos meus amigos.
Quero fazer novos amigos.
Quero outras fontes de renda.
Quero montar o "tal" clube. [em breve eu conto.]
Quero colocar meu workshop pra funcionar! Ou melhor: dar movimento à criatividade!
Quero viajar mais.
Quero rir mais vezes ao dia.
Quero meditar.
Quero fazer ginástica. Cansei de ser sedentária.
Quero sair mais. Andar mais. [preciso sair da toca!]
...
[a lista ainda vai crescer... e muito!]
E o seu To Do List pro ano novo, já fez???
terça-feira, 27 de novembro de 2007
Curioso
Postado por Bia às 18:07
segunda-feira, 19 de novembro de 2007
Skinny Bitch
Assim foram os anos da minha juventude - áureos tempos! Sempre disse que aos 30 anos eu não deveria explicações pra ninguém. Bem como não mais importaria se gorda ou magra. Aos 30, me ocuparia da saúde. Física e mental. Incrível. Mas, aos 30, comecei a emagrecer. Sem dietas, dramas ou exageros. Do manequim 44, caí pro 36. Entrei em roupas que jamais imaginei usar. E adorei. Fiz as pazes com a balança, que passei a consultar semanalmente. Era uma uma lembrança da vitória que há tempos desejava.
João mudou a minha vida - de uma maneira boa, outra nem tanto. Com a felicidade de ser mãe, veio também o sobrepeso. Exibi minha barriga com tanto orgulho, que hoje ela não quer me largar!!!
Uma nova consciência é preciso. Radicalizar sim. Mas sem perder o foco. Saúde física e mental, num corpitcho magrelo, gostoso, com curvas e carninhas suculentas pra apertar. Quem gosta de osso é cachorro. E de cachorra, basta eu. I'll be the skinny bitch. [num bom sentido, se é que vocês me entendem].
Postado por Bia às 14:18
sexta-feira, 9 de novembro de 2007
Minhas fantasias
Fantasia é o que não me falta. Sejam as megalomaníacas [ganhar sozinha na mega sena] ou as de amor romântico [fazer amor sob as estrelas, em um iate em alto mar], tenho fantasias ilimitadas pra todos os gostos, ocasiões, companhias, níveis de exposição e constrangimento.
Antes, eu precisava fechar os olhos e me deixar levar - ficava horas a criar uma cena perfeita, digna de ser vivida. Imaginava aromas, cores, texturas, temperatura... Com o passar dos anos, evoluí. Agora basta dar uma pequenina corda. Já saio por aí a fantasiar as mais insólitas cenas. Ou algumas cotidianas-mulherices.
- Fantasio que o entregador de pizza será lindo e, ao abrir a porta, ele ficará arrebatado pelos meus lindos olhos verdes. [quando o coitado chega, mal levanto os olhos - não sei se por vergonha do que imaginei, ou medo de ser verdade].
- Fantasio que ele vai chegar logo e declarar que não pode mais viver sem mim... que, aliás, nem sabe como viveu tanto tempo longe.
- Fantasio chegar ao trabalho, entrar decidida na sala do meu chefe e pedir demissão. Esta mesma fantasia tem um discurso inflamado dele, do chefe!, dizendo que isso é impossível porque sou a alma da agência! E termina com uma bela oferta de aumento.
- Fantasio dar de cara com um bilhete premiado da loteria, ou que sonho com os seis números que me trarão meus muitos primeiros milhões. Ou ainda que acho uma mala de grife abarrotada de EUROS!!!
- Fantasio ser uma diva desportiva, que salta de asa delta, pára-quedas, faz kite, anda de skate, é descolada e ainda viaja pelo mundo inteiro atrás da aventura mais radical da vida.
- Fantasio comer quilos de palha italiana das japonesinhas da feira de Ipanema e não engordar um grama se quer. Ao contrário, secar e ficar com a barriga lisinha que sempre imagino ter.
- Fantasio emagrecer os quilinhos que ganhei na gravidez sem alterar em nada minha rotina. Tipo secar toda a gordurinha com a toalha de banho mega-ultra-blaster que tenho lá em casa.
- Fantasio ser uma cozinheira de mão-cheia, daquelas Cordon Bleu, ou seguidoras de Ferran Adrià, sem nunca ter freqüentado qualquer escola, curso ou cozinha.
- Fantasio ser escritora, quando na verdade, nem redatora me considero.
Postado por Bia às 16:01
quarta-feira, 7 de novembro de 2007
Rascunho
Estava tudo ali. Quase no seu devido lugar. Quase tudo à mão. Apesar de entulhado, o espaço tinha um sentido. Aquela existência havia sido planejada em detalhes. Cada vaso, cada pote. Cada tinta a colorir o preto-e-branco-existir. Os livros não eram detalhes. Ela tinha passado o dedo em cada uma daquelas milhares de páginas. Leu linha por linha. Abstraiu conceitos. Formulou teorias. E as guardou na estante.
Afastada de tudo, como uma terceira pessoa, observava.
Procurando sentido, investigando detalhes despercebidos.
Afinal, toda história tem uma moral.
*inspirado na imagem que veio daqui. *
Postado por Bia às 16:19
quinta-feira, 1 de novembro de 2007
O preconceito e o profissional acima dos 40 anos
O valor da experiência de profissionais de mais idade não é aproveitado em empresas que têm como norma não contratar acima de quarenta anos.
Por Zeca Martins, WebinsiderA mais brilhante definição de preconceito de que já soube veio-me de Voltaire, em seu Dicionário Filosófico: “preconceito é uma opinião sem julgamento”, ou seja, adquirimos uma opinião qualquer, não verificamos sua razão de ser e passamos a acreditar naquilo, simplesmente.
Voltaire disse isto por volta de 1760. Passados mais uns cento e oitenta anos, em meados do século vinte Einstein lastimou que “hoje, infelizmente, é mais fácil partir um átomo ao meio do que quebrar um preconceito”. Pois, somando-se as coisas, conclui-se que preconceito deve realmente ser algo indestrutível, ou perto disso.
Tão indestrutível, que o preconceito dos nazistas contra os judeus ainda perdura no coração de muita gente, mesmo após tanta propaganda contrária. E dos judeus contra os árabes, e dos árabes contra os judeus, e dos brancos contra os negros, e dos negros contra os brancos, e dos que são contra os mulatos, contra os cafusos, os mamelucos, os letrados, os iletrados, as mulheres, os homens, os advogados, os políticos, os publicitários, os jornalistas, os nordestinos, os açougueiros, os torneiros-mecânicos (sim, porque, sem dúvida, haverá alguém cultivando preconceitos contra açougueiros e torneiros-mecânicos), os velhos, as crianças, os gays e o escambau. Existe preconceito até contra o escambau.
Assim como não tem fronteiras e nem escolhe raça, faixa etária ou sexo, o preconceito também não escolhe porta-vozes ou causas. Ele existe dentro de todos nós, tem diferentes intensidades. Não tem função nem propósito. Apenas existe, desde que o ambiente seja favorável ao desenvolvimento de um raciocínio qualquer, um sofisma destes capazes de fazer-nos acreditar no ilógico. Algo como a prestidigitação. Nada além de opiniões sem julgamento.
Nunca vi alguma pesquisa sobre onde o preconceito ocorre com maior ou menor incidência. Talvez os americanos, que adoram pesquisar de tudo, já a tenham feito, mas nunca ouvi falar dela. Mas também não é difícil concluir que o preconceito não é privilégio de um ou outro segmento da população. Nada disso. Ele existe em todo lugar, em todo tempo, em todo tudo! Tem em casa, tem no futebol, tem nas estações de trem.
E tem, claro, nas empresas; porque existem pessoas nas empresas. E pessoas são a única condição ambiental indispensável para a reprodução do preconceito. Nos últimos anos surgiu, por exemplo, uma espécie de preconceito no meio empresarial, mais especificamente na administração de recursos humanos, que é a rejeição a priori do profissional com mais de quarenta anos de idade.
O quarentão, candidato a uma vaga qualquer, pode e deve desistir de antemão à sua pretensão de colocação profissional. Ora, exatamente porque ele já tem mais de quarenta anos. E o que isto significa? Nem Deus sabe. E, claro, muito menos um certo tipo de recrutador: papagaio de repetição, este recrutador só sabe que o candidato tem mais de quarenta anos e, por isso mesmo, não pode ser contratado. É a política da empresa, ora!
Mas se perguntarmos a razão de ser desta política da empresa (ora!), ele, autômato burocratizado não saberá responder. Basta que ele saiba, e isto o satisfaz plenamente, que a política da empresa é esta. E ponto. Para ele, políticas empresariais são, por definição, indiscutíveis (mas que cara teimoso você é! Pare de querer discutir a política da empresa!).
Gente assim cabe com exatidão de mecanismo de relógio suíço na definição títere porcessionário, criada por Laurence Peter, a maior autoridade mundial em estudos sobre a incompetência. Títere é sinônimo de fantoche, marionete; processionário é aquele que segue, apenas segue. Há, para exemplificar, uma espécie de larva que segue a da frente. Colocadas em círculos, estas larvas processionárias ficam dando infinitas voltas umas atrás das outras até morrerem de fome, mesmo quando, como se fez em várias experiências de laboratório, havia alimento em abundância ao alcance de todas.
O títere processionário, portanto, é um verme que apenas segue e, assim, se manipula com facilidade. Como sabemos, há muitos deles nas empresas e demais organizações humanas.
Tem da portaria até a presidência. Porém, quando na administração de recursos humanos, passam por uma metamorfose peculiar e de origem desconhecida para assumirem a forma mais letal que se pode verificar na espécie dos títeres processionários: a forma que age sob estímulo exclusivo do preconceito, aquela opinião sem julgamento à qual já nos referimos, com poder de determinar a vida de pessoas.
Visto que o títere processionário não pensa, ele é evidentemente incapaz de julgar. E dá-se a um sujeito destes o tal ‘poder de vida e de morte’ sobre profissionais que cometeram o terrível engano de não contrariar a natureza das coisas e, imprevidentes, deixaram o tempo passar, atingindo os quarenta anos.
Pela lógica titeriana-processional, nada mais justo que punir estes ineptos que não combateram com vigor o passar dos anos. E ousaram envelhecer. Já que o profissional não foi capaz de fixar-se na idade dos trinta anos, também não será capaz de fixar-se na empresa ou num projeto qualquer. Corte-se-lhe, pois, a cabeça.
Mas os sujeitos que mudaram o mundo o fizeram, em sua esmagadora maioria, após completarem bem mais do que quarenta anos. Leonardo da Vinci, Isaac Newton, Gutemberg, Sidarta Gautama (vulgo Buda), Churchill, De Gaule, Henry Ford, Mahatma Gandhi, Roger Mila (que, até uns cinqüenta anos, jogou um bolão pela seleção de Camarões)… dê uma olhadinha em qualquer livro de história e confira.
Só Jesus Cristo não conseguiu; certamente porque não lhe deram chance de mostrar do que ele seria capaz após os quarenta (se aos trinta e três já era um terror, imagina aos quarenta!). Talvez os romanos fossem os precursores desta atual tendência da administração titerianoprocessional de recursos humanos: “Está a caminho dos quarenta?!? Crucifica o cara!”
Falei com um executivo europeu e ele disse que lá no velho continente idade não é fator de importância crucial. O que conta é o mix de vontade-competência-experiência. Então, estamos, no Brasil, criando know-how para exportação. Preconceito globalizado, mas made in Brazil! Nossos preconceitos em relação à idade nos fazem esquecer de sujeitos como Lee Iacocca, Antonio Ermírio de Morais e mais um punhado de sessentões, setentões e oitentões que, ainda hoje, estão à frente de seus barcos, são produtivos, arrojados, geram empregos e fazem suas empresas dar muito lucro.
Por outro lado, sobre os idiotas que recusam um profissional por questão etária, estes não poderão jamais ler algum texto primoroso que Manuel Bandeira ou Cora Coralina, ou Goethe ou Ernest Hemingway, tenham escrito, idosos, no final de suas vidas: por coerência, devem recusar tudo o que estes e outros tantos velhos desprezíveis tenham produzido.
A propósito, quando escreveu seu Dicionário Filosófico, Voltaire já tinha uns oitenta anos. Também convém que alguém conte a estes sujeitos (por pura sordidez e maldade) que logo, logo eles mesmo chegarão aos… quarenta!
Esta gente que cultiva opiniões sem julgamento o faz porque, evidentemente, não é capaz de julgar coisa alguma. Assim sendo, também não serão capazes de tomar, com equidade, alguma decisão que exija mais do que alguns neurônios e raciocínios primários. Devemos desprezá-los, embora com compaixão. E devemos, por pura lógica, desprezar também, e principalmente, quem lhes confiou o cargo que exercem.Postado por Bia às 11:36