quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Rascunho


Estava tudo ali. Quase no seu devido lugar. Quase tudo à mão. Apesar de entulhado, o espaço tinha um sentido. Aquela existência havia sido planejada em detalhes. Cada vaso, cada pote. Cada tinta a colorir o preto-e-branco-existir. Os livros não eram detalhes. Ela tinha passado o dedo em cada uma daquelas milhares de páginas. Leu linha por linha. Abstraiu conceitos. Formulou teorias. E as guardou na estante.

Afastada de tudo, como uma terceira pessoa, observava.
Procurando sentido, investigando detalhes despercebidos.
Afinal, toda história tem uma moral.

*inspirado na imagem que veio daqui. *