Do lábio entreaberto
Sai a língua úmida
A testar a maciez da carne
A provocar o olhar alheio
A instigar o desejo
Na boca sedenta
Os alvos dentes
Marcam o lábio inferior
Numa mordida despudorada
Tingindo de sangue o tesão
O aproximar é lento
E marcado pela respiração sofrida
O encontro é suave
E molhado pela vontade latente
O enroscar das línguas é demorado
E saboreado pelos sentidos
Sem pressa, te devoro
Minha boca na sua
A querer seu ar
A roubar sua calma
Fusão de almas
Vem, beija a minha boca
E esquece do mundo...
* A foto perfeita veio do flickr.com/vesperis