segunda-feira, 24 de novembro de 2008

O BEIJO


Do lábio entreaberto

Sai a língua úmida

A testar a maciez da carne

A provocar o olhar alheio

A instigar o desejo


Na boca sedenta

Os alvos dentes

Marcam o lábio inferior

Numa mordida despudorada

Tingindo de sangue o tesão


O aproximar é lento

E marcado pela respiração sofrida


O encontro é suave

E molhado pela vontade latente


O enroscar das línguas é demorado

E saboreado pelos sentidos


Sem pressa, te devoro

Minha boca na sua

A querer seu ar

A roubar sua calma


Fusão de almas


Vem, beija a minha boca

E esquece do mundo...


* A foto perfeita veio do flickr.com/vesperis