terça-feira, 15 de julho de 2008

Sobre os Homens

Homens enquanto parceiros, namorados, amantes, maridos e afins. E de quebra sobre as mulheres...


Sabe quando um assunto anda meio longe de você, que é preciso até parar para pensar? Pois então. O assunto é HOMEM. [Aproveito o Dia Internacional do Homem para postar este naco de teoria] Vale reforçar que me refiro ao tipo macho da espécie e de preferência dos heterossexuais, por razões óbvias [assim eu os prefiro! Okay?].


Tenho visto amigas reclamando dos homens. Mais precisamente da falta deles no mercado. E vejo homens reclamando das mulheres – do grude de carentes que se jogam e já se-acreditam-noivas-na-porta-da-igreja.


Tenho amigas que preferem os comprometidos. Acreditam tanto que os melhores espécimes já têm donas, que saem à caça de namorados e maridos desgarrados. Por mais que um solteiro incrível esteja ao lado, o olhar comprido e lânguido e cobiçador insiste em focar amores impossíveis.


Outras, por mais que desfilem diante de seus olhos os mais variados tipos masculinos, juram que homem é ilusão de ótica. Não existem, a não ser em Marte, talvez.


Vale lembrar que esses dois tipos são extremos quase opostos, e que se replicam mundo afora...


Abro aqui um parêntese para explicar: estive “fora do mercado” por quase três anos [opção mesmo!]. Em 2005, minha gravidez pôs fim num namoro falido. Meu príncipe-herdeiro nasceu e tomou conta dos meus dias. Feliz, o amamentei por quase um ano inteiro. Ensaiei então uns namoros. Nada sério para constar nos livros. No início de 2008 tive um curto relacionamento. Voltei, sem muitas ânsias, a olhar com cobiça os vários tipos de homens. [Hum, já disse que prefiro os fortes, altos – bem altos, carecas e tatuados?]. Fecho parêntese.


Tudo isso para dizer que estou com 37-quase-QUARENTA-anos, solteira, sozinha e feliz. Não me vejo desesperada, mal-resolvida ou qualquer outra [des]qualificação que usam por aí para balzaquianas e afins sem um macho de respeito à tira-colo. Também acredito que antes só do que mal acompanhada. Mas isso não significa que só existam homens cafajestes, infantis, com paúra de comprometimento. Homens tão frágeis que mal agüentam uma ligação amorosa saudável. Não. Não estou sozinha por só me deparar com esses tipos. Minha solteirice é uma escolha consciente e necessária para que eu me reencontre como mulher. Para que eu me redescubra e possa me mostrar inteira. Pronta para construir o que for. Uma nova história, enfim. [antes que me perguntem: NÃO descartei beijos na boca e toda aquela variedade deliciosa de toques e trocas de fluidos! Isso sempre será muito bem-vindo na minha vida. Amém.]


Nesse intervalo, tenho observado bastante. Vejo relações fortalecidas, casamentos revalidados diariamente, amores ganhando festas e casa nova. Mas tenho acompanhado um lado decadente e sofrido. Vejo mulheres poderosas em frangalhos, se destruindo cada vez mais por não ter um apêndice masculino. Sim, porque o tipo de namorado/marido que elas querem é mais um prolongamento de um órgão interno do que uma outra pessoa independente e distinta... e o pior é que elas não percebem esse querer torto.


Eu não sou porta-voz de um gênero, nem de uma geração. Não tenho o direito de falar por outras mulheres, mesmo pelas mais íntimas amigas. Falo por mim quando digo que não vou comprar esse tipo de vida-feliz-de-comercial-de-margarina. Papai e mamãe só como posição sexual. E uma vez ou outra, tá?! Sou independente. Ganho e gasto o meu dinheiro. Sou inteligente. Gosto, e muito, de sexo. Mas não me venha com essa de que eu tenho que ter alguém na minha vida para eu ser feliz de verdade. Não me pressione para eu escolher um item na prateleira – só se for um rabitt. Também não sou um desses exemplares-bonequinha para desfilar em jantares de negócios, feiras de automóveis ou clubes no fim-de-semana. Não me coisifique, por favor.


Quero relacionamentos duráveis: amigos de uma vida inteira e amores para sempre. E que este sempre dure o tempo exato que tiver que durar. Quero investir tempo e afeto para construir um nós que terá regras próprias e o nosso molde. E que não se encaixará, podado, em limites impostos por ninguém... porque a minha vida é do tamanho do meu querer: ENORME.