sexta-feira, 11 de abril de 2008

Ainda sou sinhá

Estou estressada. É fato. E não sei lidar com isso. O que fazer para não ser destemperada, como aliviar a pressão que esse caos insiste em exercer sobre meus ombros?

Outro dia aconteceu. Numa perda momentanea de lucidez, corri atrás de um cigarro. Ele sempre foi uma válvula de escape eficaz. Achei que entre uma baforada e outra, minha irritação iria embora, e na fumaça engolida às pressas, o tal sapo desceria.

Gastei dinheiro à toa. Depois da segunda tragada, enjoada e tonta, passei o cigarro para a minha chefe, e matei um pacote de Mentos...

Abri o baú para lembrar das minhas histórias, e achei esse texto, que postei noutro blog:

Sinhazinha

17 de maio de 2007
O hábito é o melhor dos servos, ou o pior dos amos.

Eu já falei que fumava, não falei? Um hábito que adquiri com muita insistência, por sinal. Porque era ruim, no começo. A tontura enjoativa, o gosto-trava-língua e um cheirinho eca não são apreciados na primeira tragada. Ah, não! Mas, tudo isso foi devidamente superado pela necessidade de aprovação que eu, bobinha, tinha.

Sempre gostei de cinema, e as divas de hollywood exerceram em mim um fascínio incrível. Amava Rita Hayworth , a eterna Gilda. Mae West era tudo. Ava Gardner estava no topo da lista. Mas a predileta, até hoje, é Audrey Hepburn. A Bonequinha de Luxo de Truman Capote, dirigida por Blake Edwards, desfilava em modelitos deliciosos e com uma piteira charmosérrima. Eu queria ser Holly Golightly [na época não entendia que a inocente criatura era uma garota de programa nova-iorquina]. Querendo ter um pouco do poder destas belas mulheres, superei o lado negativo do cigarro [e há outro lado, afinal?!]. Fumei por quase 15 anos. A ficha caiu. Fui escrava de um dos meus piores hábitos. Mudei o jogo. Hoje sou sinhá.