segunda-feira, 2 de abril de 2007

Dói, mas é bom...


[Começo a achar que tenho fixação por janelas]

A vida passa rápido, não? Lembro que rezava pra crescer... Queria ser adulta. Queria mandar no meu próprio nariz. Minha mãe respondia aos meus desejos com um "mocinha, quando a senhora for dona do seu próprio nariz..." E lá ia eu pro meu quarto rezar pra que o tempo passasse rápido e eu tomasse logo posse desse meu nariz. Arrebitado, seja dito! De tanto ouvir, empinei o tal que agora muitos me acham besta. Bicho! [denunciei a idade agora!] Eu queria e não podia. Tinha vontades e ficava a ver navios... sempre colocavam minhas conquistas pro dia em que eu viesse a ser dona de minha vida.

Aprendi que não era suficiente.
Aprendi, de tanto ouvir, que deixasse por conta de outros as decisões mais importantes. Não é de se estranhar...

E, depois de tanta mordomia, resgatar a responsabilidade, assumir que há tempos já sou a adulta que rezei ser - haja análise!!!
Porque dói, viu? É verdade! Dói bater no peito e dizer: é! eu fiz isso sim... é... se estou assim-ou-assado, é por culpa e mérito meu! Dói ficar exposta, vulnerável. Mas, devo ter um quê sado-masô. Ô dorzinha boa, viu? Taí: essa é a beleza de ser adulta. É se entregar de corpo e alma à vida. É cair, ralar os joelhoes, mas se levantar, pronta pra seguir. É achar, vez ou outra, que a felicidade está na ignorância - mas dar de ombros e ser feliz mesmo tendo um montão de informação pra administrar. É saber que, não importa o que aconteça: eu faço o meu caminho.

E então, dona do meu próprio nariz, agora rezo pro tempo dar um refresco, andar pianinho, pra eu aproveitar essa vida-boa que conquistei.

:: é, eu brinco de ser fotógrafa ::
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