sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Gérberas

Meu dia nasceu florido...

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

O que faz cada um ser o que é?

Definitivamente, aquele tombo que levei aos 9 anos de idade influenciou sobremaneira o que sou hoje. A cicatriz está aqui, estampada no rosto, logo abaixo do lábio inferior, pra quem quiser ver. Rosa pálida. Discretíssima, mas presente. Mal sinto seu relevo sob os dedos...

Foi o medo que me fez cair do banco alto da mesa da cozinha, perto do fogão a lenha. Medo suarento, exagerado, quente, espalhafatoso. Naquela época, eu tinha medo de bichos. Qualquer um. Até o mais fofinho filhote me fazia tremer. E a casa da tia Alice tinha um sortimento incrível de bichos.

A escada do jardim da frente descia até a areia branca e fina da praia quase particular. O mar de Angra dos Reis, esmeralda e morno, era a única coisa que eu gostava dali. Cachorros, gatos, galinhas, porcos, marrecos, periquitos e papagaios viviam livres pelo quintal, correndo uns atrás dos outros, fazendo da cozinha aberta nos fundos da casa o ponto de encontro mais barulhento e animado que você possa imaginar – para o meu desespero.

Tia Alice era casada com o tio Abílio. Eles tiveram uma penca de filhos. Jurema, Jucilene, Jandira, Julio, Gilberto. Todos com nomes iniciados pela letra J – a preferida do tio Abílio. [Vai tentar explicar pro tio Abílio que Gilberto começa com G...]. É Juberto. Juberto com jota, sim senhor, dizia ele, brabo, cheio de certeza. Quando finalmente entendeu, nasceram Geraldo e Eduardo.

Viajávamos para Angra todas as sextas-feiras pela manhã. Às vezes, ficávamos a semana inteira. Meu pai tinha um escritório por lá, tentativa de juntar o útil ao agradável. No começo, era na casa da tia Alice que nos hospedávamos. Casa simples, sem luz elétrica, água quente ou outros luxos. A vida era ao ar livre. E cheia de bichos.

Aos 9 anos de idade, tudo o que não fosse gente, vegetal ou mineral era bicho pra mim. Vespa? Bicho. Mosquito, marimbondo, mosca? Bichos. Cachorro, gato, galinha? Bicho, bicho, bicho. Deu para ter uma idéia do meu desespero, não? Pois então. Durante o dia eu fugia dos animaizinhos permanecendo o maior tempo possível dentro d’água. Minha mãe só conseguia me tirar do mar quando gritava que a comida estava no prato. Hora nervosa, digo, porque todos os bichos adoravam ficar rondando a mesa da cozinha, a esperar um naco qualquer atirado dos pratos dos implicantes filhos da tia Alice.

Como eu me contorcia, a subir as pernas, todas as vezes que algum quatro-patas passava pelo meu banco – o mais alto da mesa! E assim, rebolativa, eu almoçava, muitas vezes às lágrimas, de tanto medo daquelas criaturas. Foi por isso mesmo que caí.

Levei três pontos. E decidi acabar de uma vez por todas com aquele medo irracional. Acho que desde aquele ano sigo decidida – quando digo chega, não há santo que me faça mudar de idéia.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Você tem fome de quê?


Julia é tudo de bom. Com um ritmo delicioso, ela fez do blog um livro. Indicação da minha diretora de criação, a leitura é fácil, cativante até. Confesso que fiquei com água na boca.

Aí, me vem a pergunta: você tem fome de quê?

Eu tenho fome de ler, de ser lida. E de entender (embora não tenha muita vontade de ser entendida). Eu tenho fome de vida. Como se não bastasse a que tenho pela frente - também quero devorar todas as outras possíveis de serem criadas, preparadas, azeitadas, marinadas, fermentadas... Sou uma glutona, quando o assunto é viver.

CLICK!

Edacíssima por experiências, devoro a vida que me consome.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Levantou poeira

Tá bom, tá bom... quem passa por aqui (se é que tem quem passe...) deve achar que este blog está entregue aos mais hediondos insetos rastejantes e outros ignóbeis voadores. Mas não é bem assim.

É certo que não tenho escrito com certa assiduidade...

Tô passando só pra levantar a poeira, arejar as entrelinhas. Daqui a pouco escrevo algo mais significativo. Prometo.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Camaleão eu sou

Eu uso as cores que eu gosto, e com isso faço bem. Eu gosto dos bons conselhos, mas faço o que me convém. Quem não agrada a si mesmo, não pode agradar ninguém...

Aprendi hoje. Copiei daqui.

Braguinha sabia das coisas


Porque hoje já é carnaval...


Chiquita bacana lá da Martinica
Se veste com uma casca de banana nanica

Não usa vestido, não usa calção
Inverno pra ela é pleno verão
Existencialista com toda razão
Só faz o que manda o seu coração.


Tô me sentindo a própria!