Sempre usei a palavra como matéria-prima. Escultora de sensações, dou formas as minhas idéias, crio mundos. Envolvo, simulo, guio. E assim, entre-vírgulas, entre-linhas, sem ponto-final, vou alinhavando a trama. Das palavras, faço tecido - e ao me vestir de poeta, dispo pudores, máscaras, malhas feitas pra esconder e proteger.
Na prosa, estou nua.
As coisas que quero
Quero um amor. Quero sensações.
Quero aquele frio na barriga que dá na hora em que os olhos se encontram.
Quero aquele arrepio quando a pele esbarra de leve uma na outra.
Quero a boca seca a esperar pelo beijo.
Quero a tontura da paixão.
Quero o sexo molhado pela lembrança.
Quero me perder em sonhos, quero me achar nos braços seus.
Quero beijos úmidos e demorados.
Quero que você me pegue com força, mas que seja doce.
Quero o encontro de almas.
Quero que nossos corpos se encaixem e peguem fogo!
Não quero nada morno.
Quero fogo!
Quero paixão.
Quero carinho nos cabelos, massagem nas costas, cócegas nos pés...
Quero comida na boca e beijos com gosto de vinho...
Quero me despir dos medos ao tirar a roupa
E me vestir de êxtase ao deitar com você...
Quero você, homem-menino
Cheio de sonhos, cheio de garra
E quero ser tudo pra ti.