quinta-feira, 21 de junho de 2007

Borboletas no estômago


A expressão [so cute] é uma das minhas preferidas. Não porque eu esteja sempre com borboletas no estômago. Mas, justo pelo contrário. Sinto a falta delas. E só agora me dei conta.

Como tenho saudade de ter na barriga um montão de borboletas a farfalhar sandices românticas com o bater de suas mil asas!

Sinto-me uma nostálgica do futuro. [Deixa eu explicar, e você verá que é simples e mais comum do que pensa]. Eu simplesmente sinto saudade do que não aconteceu. Ainda. Uma falta de tudo o que eu poderia viver e ainda não experimentei, ainda não degustei, ainda não apreciei.

Não falo apenas dos relacionamentos amorosos. Aqui, eu falo da Vida. Falo da vida efervescente como fonte de água gasosa em eterno borbulhar – champanhe - é disso que eu falo e sinto muita [muita!] falta. Porque a vida é bela sim. E pede brindes de cristal [o copo e a bebida!] por uma tarde de sol fresco como a de hoje, dia de Lagoa com leves ondas incessantes no seu espelho, e olhares plácidos pela janela.

É lógico que sinto saudade das minhas borboletas baterem suas asas por um amor-com-pegada-vem-cá-Bebel. Também sinto falta disso - e como! Mas essas borboletas são arredias, quase selvagens, e não aparecem por qualquer-motivo-em-qualquer-florzinha-de-jardim.

Enquanto não tenho essas asas deliciosas a congestionar meus sentidos, acho que vou bebericar champanhe e ver a vida desfilar felinamente leve diante meus olhos crédulos. Porque eu sinto falta, mas não sou tola para deixar de ver a beleza que espreita este inverno-querendo-ser-primavera.

Dia desses, as borboletas voltam a farfalhar no meu jardim.
Elas sempre retornam.